Dijalioh, um presente muito especial para o fim do mundo ou noite de Natal.

15/12/2012

A proposta do filme é não “adaptar” o texto e simplesmente narrar o conto; ou contar a história. “Por adaptação, costuma-se entender uma transposição da trama da obra literária. Então DJALIOH não é uma adaptação. Pode-se dizer que o filme cria um espaço cinematográfico para instalar o texto narrativo ou, em outras palavras, trata-se de encenar o texto.- Jean-Claude Bernardet” A dinâmica experimentava misturar a leitura do texto de Gustave Flaubert com a representação contida entre as linhas do conto.  O texto é o original e foi somente editado/vasculhado/cortado com os atores, nos ensaios, que  escolheram os trechos  que iriam interpretar seguindo uma lógica da história. Eu e a Clarissa Ramalho, roteirista, organizamos os pensamentos saídos dos exercícios de criação.  Foi mantida a narrativa linear do conto, não há embaralhamento algum e a ordem  é a de Flaubert.  A intenção não é desconstruir o tempo e sim desconstruir a narrativa, e  trabalhar com o conto como o propulsor do que chamei de “experimentando Flaubert”. Destes ensaios sairiam as imagens e a ideia do duplo da Adélè se sedimentou .

O fundamental era tocar no NARRADOR em Flaubert, tocar no erotismo, no desejo, na dor e na ideia da perversão existente no conto. Tocar nas questões da representação: emoção e razão.

Nesta chave fui adiante em continua avidez e  encontrei, perambulando no espaço  como o “Melancolia”, o Brasil.

Vamos então apertar levemente o botão virtual que desvenda “DJALIOH” para o mundo…. e  “ser paciente com a obra, ela irá se desvendando. – Jean-Claude Bernardet”

Ricardo Miranda