FIM DE SEMANA
04/05/2015
um documentário de Ivo Lopes Araujo e Pedro Diogenes
O forró é hoje a performance cultural de maior alcance e relevância econômica do Estado do Ceará. Com a larga expansão de um mercado fonográfico local e a organização de uma verdadeira indústria que associa gravadoras, empresários e suas bandas musicais a emissoras de radio, casas de show e ao circuito de eventos festivos, mais da metade dos eventos de entretenimento aqui são organizados em torno do forró.
A cultura do forró multiplica-se em bares lotados, automóveis com paredões de som, distribuição de CDs no mercado pirata e programas de radio e TV especializados no gênero. Da periferia ao centro, a sonoridade e a dança do forró circulam em grandes proporções, respondendo positivamente às estratégias publicitárias financiadas pelos empresários do ramo.
Depois da consolidação definitiva deste mercado em âmbito macroeconômico nas capitais, e com o aumento do poder aquisitivo da população do interior dos Estados, a industria do forró voltou-se para esse publico cada vez mais interestadual e heterogêneo.
Hoje, 1 entre cada 5 jovens brasileiros tem o forró como sua música preferida. Na região nordeste existem em torno de 2500 bandas do gênero. Só no Ceará mais de 3000 músicos vivem do forró.
Na mediação entre o operário do forró e o público consumidor, cresce o investimento em infraestrutura e tecnologia. O trabalho material de uma banda de forró se extende pelo território nômade das estradas de rodagem, assim como pelo imaginário do espetáculo midiático. O forró, essa performance de origem eminentemente subalterna, rural e ligada às festas tradicionais do sertão nordestino, se atualiza em asfalto, guitarra elétrica, óleo diesel e lâmpadas de led.
Em janeiro de 2010, uma equipe de filmagem passou 5 dias na estrada acompanhando o trabalho da banda Forro Sacode. Neste período de cinco dias, foram percorridos 6 mil km pelos estados do Ceara, Pernambuco, Piauí e Maranhão.