SIM/NÃO

06/08/2012

 

Nota Prévia: escrevi este texto há uns 03 meses atrás quando estávamos reinaugurando o nosso site, mas acabei guardando na gaveta, pois havia outras coisas pra postar aqui. Semana passada participei de uma mesa na mostra Cinema de Garagem com Eduardo Valente, Carlos Alberto Mattos, Alexandre Veras e mediado por Marcelo Ikeda. A mesa discutia o que havia de novo e procurava novas definições para o cinema (novíssimo, de garagem, independente, etc.) feito hoje no Brasil. Acabei me lembrando novamente deste texto. Aí vai: 

Alumbramento, antes de ser uma produtora, é um risco. Um estado permanente de desafio, sempre em vias de transformação, e sempre correndo o perigo de deixar de ser o que é, indefinido, pra ser uma outra coisa, indefinível. Alumbramento é uma recusa de si mesma, ou pelo menos de uma noção de identidade estável. Sempre em vias de extinção e ameaçada, mas também sempre ameaçando. É dessa inconstância que ela se alimenta. É nesse quase-nada (infra-magro) que é quase-tudo onde ela mais se realiza, se sente plena.

Alumbramento é uma força bruta de convicção. Por intuição ela renuncia qualquer caminho fácil, ela sacrifica um lugar no mundo mais confortável, pra se constatar inteiramente rebelde e infantil, eternamente curiosa e inocente, mas ao mesmo tempo se permitindo dúvidas e desconfianças, se deixando cair em tentação, sentindo o perigo de estar viva. 

O seu maior prazer é não fazer sentido em um mundo, que apesar das aparências, faz menos sentido ainda.

(ricardo pretti)