SOBRE O LANÇAMENTO NA INTERNET

01/07/2012

 

Eu queria esclarecer um pouco mais quais foram as nossas motivações com esse “lançamento” na internet d’O Amor nunca acaba e os textos que escrevemos sobre ele.

 

Queremos que o filme seja visto e não queremos ficar passivos quanto a isso acontecer ou não. Se um filme não vai para festivais pra fazer o circuito inevitável, isso não pode significar a morte prematura do filme, ele precisa encontrar outros meios de chegar às pessoas e ter a chance de se conectar (na verdade o ideal é que um acrescente ao outro, uma ação conjunta, mas enfim…). 

Por outro lado, sentimos a necessidade de nos posicionar no mundo propondo novas relações com os filmes e entre as pessoas, com uma certa esperança de que isso as contamine um pouco e, na melhor das hipóteses, as leve a questionar as suas próprias posturas. A escolha desse filme específico é interessante, pois acreditamos que ele não tem nada a ver com o que vemos na internet. Isso é de novo uma posição: evitar os lugares fáceis, o lugar comum do que pode ou não pode ser visto na internet. Ir contra essas regras rapidamente criadas sem critério algum e que determinam o que é certo e o que não é.

 

Mais adiante, a ideia de escrever esses textos era pra não tornar o momento apenas numa discussão em torno da distribuição de filmes e da internet como nova plataforma de exibição (que é uma obviedade na verdade. Já vi até longa do Rousseau no youtube). Todo o nosso esforço foi por causa de um filme, e com os textos queríamos que as pessoas soubessem um pouco mais sobre o que estava em jogo e trazer a discussão de volta para o cinema. Esse é o papel da crítica, dos teóricos, dos historiadores, dos curadores, do público, mas é também o papel dos cineastas, sempre foi e não tem porque ser diferente. De novo um acrescenta ao outro.

 

Daqui a um tempo saberei melhor o que esse gesto quis dizer e o que podemos levar dele adiante, mas por enquanto é isso aí: oferecer esses gestos pra quem quiser com a expectativa de que eles reverberem e impulsionem outros gestos.

 

(Luiz Pretti)